o Deus que ouve
Permita-me recordar onde paramos... (Gen 21) Ainda bem cedo, Abraão desperta Agar e seu filho, dá-lhe um odre com água e pão. Coloca o menino nos ombros de Agar e a manda embora. O sol não nascera ainda. Agar, imersa em perplexidade e absurdo caminha sem direção pelo deserto de Berseba sem condição de responder ás perguntas do menino que pediam por pequenas certezas. O medo que já se instalara no coração de Agar, podia ser percebido no passo apressado e empoeirado do menino na tentativa de acompanhar a caminhada apressada da mãe. Há pressa não em chegar, mas em fugir da perplexidade. A certa altura acabam a água e o pão, bem como suas forças e as do menino. Ela já não consegue dar esperança a seu filho, entra em desespero, o menino se assusta, jamais vira sua mãe assim. A criança chora, sem ao certo saber por que. A mãe sabe que todos seus recursos se foram. Agar toma o menino, sem olhá-lo nos olhos, o coloca sob um arbusto, vira as costas e começa a caminhar sob o olhar consterna...