a felicidade que os evangélicos jamais experimentarão
"Bem-aventurados
sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo,
disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso
galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de
vós." (Mt 5.11-12)
Mostramos no texto anterior que Jesus,
assim como os profetas, foi rejeitado pelos que eram seus, foi culpado como herege
e condenado a morte pelos líderes religiosos, assim como os profetas. Isso para entender de que
natureza se refere a perseguição que Jesus diz que seus discípulos sofreriam. Pois bem,
verificamos então que a perseguição sofrida pelos profetas e por Jesus é
realizada pelos líderes religiosos na manutenção de seus sistemas de poder e
dominação. Jesus afirma que seus discípulos sofreriam a mesma sorte “acautelai-vos,
porém, dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios (pequenos conselhos provinciais e o Grande Conselho
formado pela liderança religiosa judaica incluindo fariseus e a classe
sacerdotal e tinha autoridade de tribunal para julgar de acordo com a Lei de
Moisés), e vos açoitarão nas suas
sinagogas” (Mateus 10.17). Porque, “o discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo,
acima do seu senhor. Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como
o seu senhor. Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus
domésticos?” (Mt 10.24-25). Observe
que Jesus especifica claramente que a perseguição advém dos círculos religiosos.
A perseguição vem dos conselhos, das cúpulas, dos líderes religiosos. As
violências contra os discípulos acontecem a partir dos “espaços sagrados”.
Portanto, perseguição ao discípulo do Evangelho tem seu nascedouro nas
ambiências religiosas. É a religião que
fala em nome de Deus que persegue os discípulos de Jesus. A religião não é perseguida, ela persegue.
Porque a mensagem do Evangelho de Jesus significa a
desconstrução de todo sistema religioso, e além implicava na reformulação de toda estrutura social vigente.
Por isso foi culpado de heresia, denunciou a corrupção do sistema religioso, “ouvimos ele falar contra o Templo”. Pedro e João foram presos pelas mesmas pessoas que condenaram
Jesus, “Falavam eles ainda ao povo quando sobrevieram os sacerdotes, o capitão do
templo e os saduceus, contrariados por vê-los ensinar ao povo e anunciar, em
Jesus, a ressurreição dos mortos”
(Atos 4.1). Proibiram-lhes de proclamar tais heresias. Mas eles não se calaram,
disseram: “julgai se é justo, aos olhos
de Deus, obedecer mais a vós que a Deus”.
O Evangelho consiste na presença do Espírito de Jesus dentro
de si, fazendo do discípulo templo de Deus, Igreja. Ora, quem é templo de Deus não precisa
de templo-clero, não precisa de religião. Essa
é a pregação do discípulo Estevam diante do Conselho, “Deus não habita em templos feitos por mãos humanas”. Ou seja, todo
sistema religioso de vocês é furado. Foi lapidado. Pois, se não há mais a
necessidade de sistema religioso, não há mais dinheiro (dízimo), não há mais
poder, prestígio, não há mais clero.
Quem crê em Jesus e como Jesus
sofre as mesmas conseqüências que Jesus sofreu. Quem tem o Espírito de Jesus, o Espírito da Verdade, sofre o mesmo destino de Jesus. Em outras palavras, ser discípulo de Jesus
implica ser persona non grata nos
ambientes religiosos. Implica ser repudiado por todo aquele que carregue em si
a consciência cativa à religião. Significa ser culpado de heresia e condenado à
morte nos mais variados níveis. Contudo, “bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e
vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós”.
Primeiro, porque em sendo perseguidos e caluniados os
discípulos saberão certamente que tem o Espírito de Jesus, conhecem a Verdade, são filhos de Deus. Isso é
motivo de grande alegria. Segundo, os discípulos são felizes porque recebem
recompensa. Não penso na recompensa com as categorias que os religiosos pensam
que é ter no “céu” tudo o que em vida terrena sua cobiça não conseguiu
alcançar. Penso que galardão, enquanto recompensa eterna, são os frutos do
trabalho do discípulo, os frutos de seu testemunho, seu martírio, o fruto de
seus sofrimentos. Que fruto é esse, que recompensa, que galardão? Creio ser a
comunhão eterna com as muitas pessoas que, por meio do martírio do discípulo foram
libertas e conheceram a Verdade. O profeta Isaías fala a respeito do Messias
que “ele verá o fruto do seu penoso
trabalho e se alegrará”, o fruto do trabalho de Jesus é gente cheia do Seu Espírito, da Verdade. Ora, quem não almeja riquezas e poder nesta terra não poderia
sonhar com essas coisas na era vindoura! O discípulo de Jesus sonha com um
mundo novo, uma sociedade nova de vida abundante, sonha com a natureza
totalmente restaurada em seus cheiros e sabores, fauna e flora. Sobretudo,
sonha em estar em plena comunhão com todas essas coisas em Deus.
Agora fica fácil
responder à pergunta: porque os evangélicos jamais experimentação a felicidade de serem perseguidos por causa de Jesus?
Primeiro, porque são gente da religião, do sistema deidade-templo-clero-fiéis. A deidade do cristianismo é o "Jesus do teólogos". Jesus é a deidade que faz o sistema funcionar, é ele que atende aos fiéis. Evangélicos estão no mesmo balaio religioso estrutural católico romano constantiniano, sejam protestantes, instituições históricas, pentecostais, neo-pentecostais, faces de um mesmo sistema religioso. Nomes e expressões diferentes, mas, a mesma estrutura. O Jesus dos evangélicos, é outro, completamente diferente do Jesus
revelado no Evangelho. Entendam, Jesus é Deus. E Deus não é chefe de facção religiosa para atender às demandas de quem se filia ao partido dele. Jesus é o Eterno Criador e Mantenedor de todas as realidades. Jesus não tem nada a ver com religião.
Segundo, porque estão auto-enganados, cegos, embriagados com um "vinho de péssima qualidade", pois, Jesus
diz: “Eles vos expulsarão das sinagogas;
mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso fazer serviço a
Deus” (João 16.2). Jesus diz que o pessoal da religião mata pensando fazer um serviço, um culto a Deus. Auto-engano. A história é testemunha de que o cristianismo está embebecido em auto-engano, Agostinho (pai das
Inquisições), Lutero, Calvino, homicidas lutando pela causa de “Jesus”. Ícones que não temem em fundir o nome de Jesus às estruturas de dominação e homicídio.
Nisto consiste o espírito do
erro, o espírito do mundo que impede que as pessoas cheguem à consciência do
Evangelho em Jesus, cuja essência é a natureza homicida, visto que todo aquele que
quer aniquilar o outro é homicida, e “nisto
são reconhecidos os filhos de Deus e os filhos do Diabo, todo o que não pratica
a justiça não é de Deus, nem aquele que não ama seu irmão. Não sejam como Caim que
matou seu irmão” (João 3.10s). Nisto digo a vós evangélicos, “vós
tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi
homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade
nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é
mentiroso, e pai da mentira.
Mas, porque vos digo a verdade, não me credes. Quem dentre vós me convence de
pecado? E se vos digo a verdade, por que não credes? Quem é de Deus escuta as
palavras de Deus; por isso vós não as escutais, porque não sois de Deus”
(João 8.44-47).
Você poderia juntar sua voz ao coro da multidão e dizer, "tens demônio, quem procura matar-te?" (João 7.20), ou seja, "os evangélicos, minha denominação, minha igreja, eu , nunca quis matar ninguém, você é um herege, é do diabo!".
Então, não haveria mais nada a ser dito, pois, sua postura em relação à Verdade
diz de quem você é filho. Portanto, por amor a si mesmo, não queira me matar pelo que leu e nem atribua ao diabo!
Timóteo
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