40 dias com o Espírito - dia 06: Orando no espírito
Acalmando o coração: escolha um lugar e um momento em que possa separar pelo menos 15 minutos para esta atividade.
Oração: “Tu és meu refúgio e Fortaleza, não serei abalado"
Meditação
Temos enfatizado a necessidade de nos tornarmos
conscientes da habitação de Deus em nós por meio do Espírito. E a priorização da
relação com o Espírito. Pois, essa é a única e eficaz palavra de ânimo para os
dais que vivemos. Estou convencido de que apenas a relação íntima com o Espírito
possibilitará que saiamos melhores dessa transição de tempos subjetivos e
objetivos. No entanto, muitas pessoas tentam estabelecer essa relação, iniciam
um processo, mas, se frustram, principalmente por se considerarem incapazes de
focar a mente. Quando se recolhem para orar e meditar suas pensamentos lhes
atropelam com avalanches de ocupações e ansiedade. Então desistem do processo
da oração. Por isso gostaria de compartilhar fundamentos práticos da oração.
O
primeiro fundamento: a oração é uma conversa com Deus em nosso coração. "Orar
é descer com a mente ao coração e ali ficar diante da face do Senhor”, como bem
define Teófano. E o coração, no sentido bíblico, é fonte de todas as energias
físicas, emocionais, intelectuais, volitivas e morais. É a sede da vontade, de
onde procedem os desejos, impulsos, sentimentos. De modo que orar é estar
diante de Deus em inteireza de mente e coração. Como fazer isso? Com humildade. E aqui passamos ao segundo fundamento.
A
oração é simples. No sentido de que Jesus nos orienta: “não useis de vãs
repetições, como gentios, porque presumem que pelo muito falar serão ouvidos”. “Vãs” repetições são repetições vazias. Ou seja,
Jesus está nos advertindo a não cair na armadilha da mente viciada,
condicionada, que movimenta freneticamente em torno dos mesmos temas ansiosos,
todavia, sem nada realizar, sem sair do lugar de caos. Estamos habituados a nos
valer do discurso, do encadeamento e exposição de ideias como forma de
comunicação, sobretudo, como modo de manipulação em nossas relações para
conseguirmos o que desejamos. A mente é complicada. Ela cria mil modos de disfarçar
para nós mesmo e para os outros nossas reais intenções e sentimentos. A maioria
de nós existe apenas como ser psíquico apenas. Sem se dar conta de que somos
mais. Somos por natureza, seres espirituais, significa dizer que o centro da
nossa vida é e acontece no coração. E o coração é simples. É simples porque
nele habita a luz de Deus, logo, tudo está às claras. O coração é um templo
translúcido. A linguagem do coração não se vale de disfarces, não tenta
manipular com a construção de argumentos e belas palavras. Conscientes de nosso
coração, sabemos exatamente quais nossos desejos mais profundos, discernimos
nossos impulsos, sabemos nossas dores. Em nosso coração tudo tem nome. Ou seja, ao entrarmos na ambiência do coração nos tornamos conscientes, conseguimos nomear os processos em nós. No templo do coração, a mente aprende que “sim” é “sim” e o “não” é “não”. Mas, como
descer com a mente ao coração?
Jesus
diz que os discursos vazios e repetitivos de nossas mentes ansiosas não é orar. Contudo, orar no espírito consiste da disciplina de trazer à mente, a todo tempo, sem cessar, sentenças que manifestam aquilo que o Espírito tem comunicado em nosso coração. Orar no espírito é repetir, fazer a mente saber, lembrá-la sem cessar, da presença amorosa de Deus em nós. O Espírito comunica ao nosso espírito em todo tempo o amor de Deus. Ore pequenas porções da Palavra. Permita
que os significados penetrem o ser. É a oração da quietude, na qual cessa a
ansiedade porque a mente estará focada em ouvir o Espírito. Assim é a oração
ensinada por Jesus. Pequenas frases que manifestam os desejos e as necessidades
mais profundas em nossos corações. Nas palavras de Nouwen, a oração deve,
portanto, ser breve, incessante e incluir tudo.
Reflexão
1. Você consegue identificar os temas ansiosos que se repetem em suas orações?
2. Peça orientação ao Espírito de como tratar tais assuntos.
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