será que você nasceu de novo?

As pessoas começam a caminhada na religião e logo aprendem que precisam que "nascer de novo", que devem matar "o velho homem", fazer morrer suas compulsões, desejos malignos e toda a sorte de desordem no ser expressas em ódios, iras, irritabilidades, preconceitos, culpas, irreconciliações. Ou seja, ouvem e aprendem que quem já nasceu de novo, que não vive mais como sempre viveu, produzindo desencontros pela existência.  Ouvem que se deve viver como "filhos de Deus", ou seja, gente que nasceu de Deus e que, portanto, está completamente livre do poder do pecado. Gente que é outra natureza liberta das pulsações do próprio ser, livres do egoísmo. Gente liberta das ansiedades essenciais, dos medos da morte, do futuro. Gente liberta das presenças culposas do passado. Pois, essas sim são pessoas que nasceram de novo. Pessoas capacitadas a perdoar, a amar, acolher a quem quer que seja. Gente que é pacienciosa, que suporta com bondade a fraqueza dos outros e que não é ciumenta. E, tudo isso é verdade, Jesus, Paulo  e a Bíblia toda (até o senso comum) sabe e afirma que gente que nasceu de novo, gente de Deus, é assim como descrito acima.

E aí então, começa a caminhada espiritual para atingir o ideal do ser nascido de novo, a "nova criatura". Iniciam-se as lutas para se livrar do pecado, dos desejos desordenados, das vontades pulsantes da alma. Dá-se então, em vista de tão grande objetivo, de nos aplicarmos a uma batalha sangrenta contra esse tal de "velho homem", "velha criatura", contra o pecado. Como que numa malhação espiritual para matar os quilinhos do "velho homem" que geram o peso mórbido na alma. A caminhada espiritual se torna uma rotina disciplinada de exercícios religiosos, na igreja de domingo a domingo, uma maratona. Oração, jejum para dar conta dos "desejos carnais".  E depois de tanta "ralação espiritual" o que se verifica é que nada mudou, ainda estão lá as pulsões, e tudo mais que qualifica o "velho homem" que entrou na "igreja". Talvez isso se resolva com o batismo pensam. Mas não. Bom, talvez se resolva com o "pãozinho" e o "suquinho de uva", mas... também não mudou o ser, nada. Essa é a "radicalidade" da "transformação" no "evangelho" da religião cristã. Um monte de gente se matando para ser o que jamais serão. Fazendo malabarismos comportamentais para matar o "velho homem" na base da fome (o que chamam de: jejum), na base do cansaço (o que chamam de: oração), na base do rito mágico (o que chamam de: culto), etc. Mas, nada disso funciona.

Isso porque o "velho homem" não se trata de práticas que fazemos, mas, da própria natureza humana. É o que somos. Deus nos fez para sermos "videiras", mas, decidimos que seríamos "bananeira", isso é pecado. Sermos bananeira. Ora, se somos bananeira o que fazemos é dar banana. Pecamos porque somos pecadores! Simples assim.Você pode tentar dar "uvas" depois de entrar para religião, pode tentar depois de tomar um banho por imersão ou aspersão, pode tentar dar uva depois de tomar a ceia.  Você pode tentar dar uvas depois de uma vida inteira de "malhação" religiosa, não vai acontecer, você é bananeira. A religião, seja ela qual for, é uma plantação de bananeira que não se enxergam existencialmente, tentando dar uvas a vida toda sem conseguir. A cegueira é tão grande que passam a olhar para os cachos de banana que produzem e chamam de "uva". E passam a ensinar às outras bananeiras que, todas elas devem produzir as "uvas" que as bananeiras gospel produzem. Daí elas começam a categorizar as bananeiras de acordo com as bananas que produzem, se produz banana prata é bom, se é pé de banana maçã é ruim, vai pro inferno. Ou seja, se a produção humana está de acordo com a moral religiosa então tudo bem, se não estiver de acordo com os valores morais da "igreja" então é pecado. Não se enganem, é tudo banana! A bananeira "espírita", é tão bananeira quanto a "crente", ou quanto a bananeira "homossexual" e assim por diante. Todas são bananeiras, muito embora as manifestações, as bananas, sejam diversas. Pecado é ser bananeira, é natureza humana, condição. Produção é consequência. A religião se preocupa com a produção, quer esconder as bananas, categorizando o que é banana aceitável e o que é banana condenável (em nome de Deus).

A verdade reveladora e poderosa do Evangelho é que em Jesus morreu a humanidade bananeira para que todo o que crê seja feito videira e produza o fruto da videira. Nele, em Jesus, cessa toda a "ralação" religiosa, porque o que era "velho homem" morreu. A vida que vivo agora vivo-a pelo poder do Espírito que forja em cada um que crê a perfeição do novo ser humano criado à imagem de Jesus. Tomar consciência de que morreu com Jesus é nascer para uma vida nova!

Timóteo  

Comentários

  1. Que sempre vivamos uma vida cristão genuína, no poder do Espírito Santo e joguemos no lixo as religiosidades falsas e o legalismos igrejistas que nos fazem crentes de aparência ou falsificados.

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